A Igreja Paroquial acolhe o orago de Santa Luzia e é do tipo final da centúria de setecentos, com divisão interna de três naves e facial imponente pletórico de cantarias. A composição arquitectónica dessa frontaria, dividida por um sistema de pilastras, de ângulo e centrais, a que se sobrepõe um entablamento interrompido, acimo do qual se eleva uma alta cabeceira recortada em curvas e contra-curvas, é do melhor efeito e revela a intervenção de um tracista de talento. Porta e janela do coro estadeiam os mais requintados delineamentos da apropriação nacional dos estilos franceses do século XVIII. Mas, além da divisão das naves e da fachada magnífica, o templo conserva uma tribuna de talha, lavrada de folhagem, aves e anjos ao gosto do final do século XVII e do começo do século XIX, de grande valor artístico.
Só resta da época medieval um arco na sacristia. No ano de 1691, data que se encontra gravada numa pedra do soco da frontaria, ao lado da porta, teve uma reforma, com ampliação geral. A fachada, marcando as três naves, divide-se em três faixas verticais, por meio de pilastras, seguindo a linha de empenas traçados msitilínios setecentistas.
O campanário encontra-se à direita sobre o espesso corpo, isolado da igreja. Tem duas ventanas e remate, igualmente setecentistas. Do mesmo gosto são ainda as janelas do corpo e da capela-mor.
Dividem as naves, por cada lado, três arcos assentes em pilares, sendo mais largos os próximos do cruzeiro, pois que se rasga no da esquerda o púlpito. A bacia de pedra deste assenta numa mísula; o seu anteparo é de balaustres de madeira torneada, do fim do século XVII. O retábulo principal, do fim do século XVII, compõe-se de duas colunas por lado, torcidas e com pâmpanos, como os arcos. Os colaterais, de quatro colunas e glórias solares, com ornato concheado, são do tipo final do século XVIII, mas que os entalhadores da região prolongaram pelo século XIX, podendo ser estes uns deles. Encostado à parede esquerda, tendo estado em frente do púlpito, vê-se um retábulo menor, de pilastras e concheados; tem Crucifixo, secundário e do tempo.
A capela da nave, dedicado à Santíssima Trindade, foi instituída pelo capitão-mor do termo de Avô, Manuel de Brito, e sua mulher D. Catarina Borges de Castro. Obra do final do século XVII. Portal de granito, de aro entre duas pilastras, com frontão. Na parede esquerda cava-se um arco, com sarcófago em forma de urna, vazio.
O retábulo de talha dourada, do fim do século XVII, de colunas torcidas e arcos, em disposição reentrante, encerra uma Coroação da Virgem, inspirada em anterior modelo coimbrão.
Os sinos são de 1801 e 1877.